O Partido Socialista venceu as eleições europeias em Portugal, segundo a sondagem da Universidade Católica para a RTP. Também o estudo da Eurosondagem para a SIC atribui a vitória ao PS, com oito a nove mandatos. A surpresa é a eleição de Marinho Pinto, dada como quase certa nas duas sondagens, e a possibilidade de um segundo mandato para o MPT.
A projeção da RTP dá entre 30 a 34 ao PS e 25 a 29% à Aliança Portugal enquanto a SIC atribui entre 32,1% e 36,3% dos votos aos socialistas e entre 25% e 29,2% para a coligação.
Nestes estudos, a CDU consegue também aumentar os seus votos (a projeção da Eurosondagem atribui-lhe entre 11,4% e 13,9%) e deverá conseguir eleger três eurodeputados.
O Movimento Partido da Terra (MPT), cujo cabeça de lista é o antigo bastonário da Ordem dos Advogados António Marinho Pinto, surge como a principal supresa das eleições europeias. O MPT surge como o quarto partido mais votado e, para além de Marinho Pinto, que as sondagens dão como eleito, poderá conseguir ainda um segundo mandato (o estudo divulgado pela SIC atribui-lhe entre 6,6% e 8,8%).
O BE cai nestas eleições e, segundo a projeção da RTP, deverá eleger entre um a dois eurodeputados. Já a projeção da SIC atribui apenas um eurodeputado ao BE.
Primeira reação
Na primeira reação às projeções televisivas, o cabeça de lista socialista, Francisco Assis, considerou que se inicia um "novo ciclo" em Portugal, afirmando que a coligação PSD/CDS terá uma "derrota histórica" e que o PS se tornou novamente o maior partido.
"Inicia-se um novo ciclo na vida política portuguesa. A direita vai ter uma verdadeira derrota histórica e o PS tornou-se novamente o maior partido político português. Ficou evidente que os portugueses querem uma mudança", declarou o "número um" da lista europeia do PS.
Marinho diz que resultado é "natural"
O cabeça de lista do MPT considerou que a sua eventual eleição para o Parlamento Europeu é o "resultado natural" do processo, no qual participou de forma voluntária e consciente.
Nas primeiras declarações aos jornalistas, António Marinho e Pinto afirmou ter entrado nesta corrida eleitoral para "ser eleito". "Considero o resultado natural dado o processo no qual intervim voluntariamente e conscientemente, com o objetivo de ser eleito, se o conseguir muito bem, se não o conseguir, muito bem também", afirmou.
Rangel ataca Assis
Já o cabeça de lista da Aliança Portugal ao Parlamento Europeu, Paulo Rangel, saudou o PS pela vitória nas eleições europeias, mas considerou que os socialistas não têm razão para "entrar na euforia" manifestada por Francisco Assis.
Numa declaração feita no hotel de Lisboa onde estão concentrados os candidatos e dirigentes da coligação PSD/CDS-PP, Paulo Rangel deu também os parabéns à CDU e ao MPT e aos respetivos cabeças de lista, João Ferreira e Marinho e Pinto, dizendo que tiveram "resultados relevantes nesta noite".
Paulo Rangel lamentou a derrota da Aliança Portugal, mas sustentou que olhando para o que se passou com "muitos governos" da União Europeia, os resultados obtidos por PSD e CDS-PP são "comparativamente interessantes".
O primeiro candidato do CDS-PP da Aliança Portugal, Nuno Melo, recusou, por sua vez, retirar quaisquer conclusões das eleições europeias para legislativas, sublinhando que o PS não teve "nenhuma vitória estrondosa", apesar da "conjuntura particularmente favorável".
"Não faz nenhum sentido retirar destas eleições, que são europeias, conclusões para eleições legislativas", declarou Nuno Melo, em declaração conjunta com o cabeça de lista, o social-democrata Paulo Rangel no centro de convenções de um hotel de Lisboa onde a candidatura está reunida.
fonte:http://www.jn.pt/P