Hospitais obrigados a cortar na despesa mais 500 milhões
Ministro Paulo Macedo tem de esclarecer hoje os deputados sobre os cortes na Saúde e a “refundação” do SNS.
Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão ter de implementar medidas que permitam atingir um corte na despesa de quase 500 milhões de euros no próximo ano. A maior fatia deste corte (333 milhões) incidirá sobre a política do medicamento, e os restantes 154,4 milhões terão de ser conseguidos à custa da "racionalização de recursos, controlo da despesa e medidas estruturantes", pode ler-se na argumentação que Paulo Macedo apresentará hoje aos deputados, e a que o Diário Económico teve acesso.
O documento, que detalha as grandes rubricas do orçamento do SNS para 2013, mostra que haverá um reforço das verbas para o financiamento dos hospitais-empresa (que são grande maioria) de 66 milhões de euros. Mas este reforço não deverá conseguir compensar as pressões adicionais do lado da despesa. É que no próximo ano os hospitais têm de devolver um dos subsídios, aumentar os descontos dos funcionários para a Caixa Geral de Aposentações (para 20%) e ainda contar com o acréscimo salarial para os médicos que passem a trabalhar 40 horas semanais. Tal como o Diário Económico noticiou, e de acordo com as contas do próprio ministério da Saúde, o impacto destas medidas é estimado em 337,5 milhões de euros. Ou seja, o reforço de 66 milhões não será suficiente para compensar ao aumento das despesas.
Mas não será só sobre estes cortes que Paulo Macedo será chamado a responder. A refundação das funções sociais do Estado, que tem dominado a agenda política, promete ser o ponto forte desta audição, até porque é no SNS que se antecipam maiores alterações.
fonte:http://economico.sapo.pt/