Portugueses ganham menos, cortam no consumo e poupam mais
Rendimentos caíram 0,8% mas consumo caiu 1%. A diferença está a ser desviada para a poupança, que atinge 10,9% do rendimento disponível
As famílias portuguesas reforçaram a poupança até ao final do segundo trimestre do ano, para 10,9% do rendimento disponível, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta sexta-feira. Isto apesar de estarem a ganhar menos.
«No caso das famílias é de destacar (...) o aumento da poupança corrente, apesar da redução do rendimento disponível», refere o INE.
A taxa de poupança das famílias atingiu 10,9% no final do segundo trimestre, mais dois pontos percentuais que no ano terminado no fim do primeiro trimestre.
Um reforço da poupança que reflete «uma redução do consumo mais acentuada que a do rendimento disponível». O INE estima em 1% a queda do consumo final das famílias, e em 0,8% a queda do rendimento disponível.
Para além disso, houve também um aumento da capacidade de financiamento das famílias, de 0,2 pontos percentuais, no 2º trimestre de 2012, para 5,2 % do PIB.
Remunerações baixam 2,3% mas apoio social aumenta
Ainda que as remunerações dos portugueses estejam a baixar, esta queda é parcialmente compensada pelo aumento dos apoios sociais e também pelo maior rendimento da propriedade (como juros dos depósitos, por exemplo).
«Em termos das componentes do rendimento disponível, é de destacar que a redução em 2,3% das remunerações recebidas foi parcialmente compensada pelo aumento das prestações sociais recebidas (líquidas de contribuições sociais pagas), onde se inclui os subsídios de desemprego, e pelo aumento dos rendimentos de propriedade associado fundamentalmente ao aumento dos juros líquidos recebidos», refere o INE.
Função Pública sofre corte de 6,7% nas remunerações
A diminuição das remunerações pagas foi extensiva a todos os setores institucionais da economia portuguesa, embora com diferente intensidade. «Efetivamente, o setor das Administrações Públicas registou uma diminuição das remunerações de 6,7%, enquanto para o total das sociedades a redução foi de 1,1%».
fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/