Ponto Fresco e Cash & Carry: mil com salários em atraso
Mil trabalhadores do grupo que detém a cadeia de supermercados Ponto Fresco e Cash & Carry estão com salários e subsídios de Natal e de férias em atraso e pediram a insolvência das empresas, disse esta sexta-feira fonte sindical.
«Na semana passada, foram pagos 15 dias de maio, mas continuam em atraso os salários de junho, julho e agosto e metade de maio e os subsídios de Natal de 2011 e o de férias deste ano», afirmou à agência Lusa Maria de Jesus Neto, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal.
Contactado pela Lusa, o grupo não prestou ainda quaisquer esclarecimentos.
A dirigente sindical adiantou que «a maioria dos trabalhadores têm tido grande compreensão e feito um grande esforço para manterem os seus postos de trabalhos e se manterem nos seus locais de trabalho, mas não aguentam ficar com muitos mais salários em atraso».
Neste sentido, já houve trabalhadores a suspender os contratos de trabalho e outros a rescindir, para conseguirem acionar o subsídio de desemprego uma vez que as empresas não lhes apresentaram qualquer plano de pagamento das dívidas.
Por outro lado, algumas lojas Ponto Fresco e Cash & Carry espalhadas pelo país já encerraram e despediram os respetivos funcionários, tais como Leiria, Lisboa, Setúbal e Torres Vedras.
Para acautelar os seus direitos, vários trabalhadores avançaram a 10 de agosto com um pedido de insolvência das empresas, o qual deu entrada no Tribunal do Comércio de Lisboa.
Por seu lado, o grupo apresentou a 25 de agosto um Plano Especial de Revitalização a requerer a viabilidade e a recuperação das empresas CTV On-line e Ponto Fresco, decisão judicial que é aguardada pelos trabalhadores.
Em nota de imprensa enviada à Lusa, o grupo empresarial esclareceu que «existem condições para a revitalização empresarial preconizada e que o plano de reestruturação permitiria voltar a ser operadores relevantes no mercado e permitira gerar mais de 80 milhões de euros de lucro».
A situação financeira piorou, em 2010, com a saída de uma sociedade angolana, cujos negócios representavam mais de metade da atividade global das atividades grossistas e retalhistas do grupo.
fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/