Subida dos combustíveis ameaça agravar recessão
Além da diminuição da procura interna e do arrefecimento da economia mundial, as empresas terão de lidar ainda com custos de produção maiores.
A subida do preço dos combustíveis para níveis históricos devido à escalada do petróleo - a gasolina sem chumbo 95 já é vendida por 1,7 euros por litro e o gasóleo a 1,5 euros -, ameaça agravar a recessão económica. Além da queda da procura interna e da crescente probabilidade de recessão na Europa, a empresas nacionais terão ainda de lidar com custos de produção mais elevados.
Apesar da economia mundial estar a desacelerar, o preço do petróleo não dá tréguas. A expectativa do Governo era que o valor do ouro negro caísse face a 2011, mas a tendência tem sido de subida. Os dados da Bloomberg mostram que a média do preço de um barril de brent desde o início de Janeiro até ontem estava bem acima da hipótese que serviu de base à construção do Orçamento do Estado (116,74 dólares por barril, em vez dos esperados 108,6 dólares).
As consequências para a actividade económica e para o próprio Orçamento são difíceis de quantificar, mas os economistas ouvidos pelo Diário Económico têm poucas dúvidas de que os efeitos sejam sobretudo adversos. "Bom para a actividade económica não é", diz Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças e actual presidente do conselho geral e de supervisão da EDP. "Em ambiente recessivo agrava o ciclo económico, pelo impacto negativo nos custos de produção", explica, ressalvando que "tudo depende da dimensão dos aumentos" e da reacção do consumo.
fonte:http://economico.sapo.pt/n