Não é a primeira peça sobre a «enorme carga fiscal», e não descobrimos a pólvora, mas nesta altura faz sentido sistematizar tudo o que será 2013: mais impostos, menos rendimento disponível, e uma folga mensal com a diluição de metade dos subsídios, que tenta disfarçar o esforço fiscal. Saiba tudo o que o espera
Para tentar chegar à meta do défice, o Governo carrega na receita: em 2013 há ainda mais impostos para compensar o chumbo do Tribunal Constitucional no corte dos dois subsídios aos funcionários públicos e pensionistas (se é o seu caso, clique aqui) - resultado, o IRS sobe para todos.
O drama: os escalões de IRS
O número de escalões passa de 8 para 5: entre os 14,5% e os 48%. Só escapam os rendimentos mais baixos. Estima-se uma perda de rendimento na ordem dos 5 ou 6% ao ano. Ora o valor de um subsídio equivale a 7% do rendimento anual¿. Portanto, o que não perde de uma forma, perde doutra.
O drama (parte II): trabalhadores independentes
Para o caso dos recibos verdes, há um agravamento na retenção da fonte, que passa para 25%. O fisco passa ainda a sujeitar 75% a IRS.
E ainda falta a sobretaxa...
Mais 3,5% sob a forma de retenção na fonte, que carrega o agravamento do IRS.
Solidariedade à força, para quem ganha mais
Acima dos 80 mil euros paga mais 2,5% de taxa de solidariedade; acima dos 250 mil outros 2,5%: no total, acima deste valor, o contribuinte paga 5%.
Ilusão: metade dos subsídios de férias e de Natal em duodécimos
No privado, os trabalhadores vão receber metade do subsídio de férias e de Natal diluído em 12 meses. A ideia é que o rendimento disponível mensal, mesmo com o aumento da carga fiscal, aumente ligeiramente. Mas a sensação é «ilusória», explica Luís Leon da Deloitte à AF: se fizer a conta aos 14 meses, que habitualmente recebe, verá que ganha menos.
Limites aos benefícios fiscais e deduções com habitação: ou seja, mais impostos
Há vários «patamares» tendo em conta o rendimento, mas no essencial é possível deduzir menos. Acima dos 80 mil não haverá lugar a deduções nem benefícios fiscais. E se antes era possível deduzir até 591 € com juros dos empréstimos à habitação, o limite máximo baixa para 296 €.
Menos (claro!) nas deduções pessoais
As deduções pessoais também vão ser reduzidas: passam de 55% para 45% do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), o que equivale a 419,22 €.
Atenção, há uma exceção: se juntar faturas pode deduzir
Será possível deduzir no 5% do IVA no IRS, com despesas em cabeleireiros, restaurantes e oficinas até ao limite de 250 €; mas para isso tem de gastar por mês 2300 €.
Nem o almoço escapa!
O IRS volta a subir quando se fala em subsídio de refeição: agora é tributado a partir de 4,27 € (5,12 € em 2012). Quem recebe em ticket, vale ou cartão alimentação mantém o benefício fiscal.
Nem a doença, nem o desemprego...
Nem o subsídio de doença escapa: 5% de corte após 30 dias de ausência. Para o subsídio de desemprego, todos perdem 6%, mas o valor mínimo não pode ser inferior a 419,22 €.
Também se taxa o «capital»... e a poupança
A taxa sobre os rendimentos de capitais e mais-valias passa para 28% (está em 26,5%). Há também aumento da tributação das transferências para paraísos fiscais, com um imposto sobre transações financeiras: aqui a taxa sobe para 35%. Também há mais imposto de selo sobre imóveis acima de 1 milhão de euros e produtos de luxo (como carros de alta cilindrada), mas esses aumentos sentiram-se já este ano.
IMI sobe, mas tem travão
Para o aumento substancial do IMI, a subida será faseada até 2014. No caso dos agregados com rendimento sujeito a IRS inferior a 4898 €, há um travão: o IMI a pagar não pode aumentar mais de 75 €.
Mais uma razão para deixar de fumar: é cada vez mais caro
Proposta inicial foi aliviada, mas mesmo assim o preço de venda de todos os tabacos aumentou.
Bicicleta ou caminhada?
O imposto sobre produtos petrolíferos passa para 6,6 cêntimos/litro na gasolina e 8,9 cêntimos/litro no gasóleo.
fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/