Descoberto novo “buraco” financeiro na Madeira
Ministro Vitor Gaspar apresenta hoje documento de estratégia orçamental. Governo quer que o défice em 2015 seja de zero por cento à conta do aperto de cinto e contenção nos gastos.
Afinal, a situação financeira madeirense é ainda mais grave. A Troika descobriu um novo “buraco” de 223 milhões.
Como consequência, o défice público nacional deste ano vai sofrer um desvio, não de 277 milhões de euros como disse a troika a 12 de Agosto, mas sim de 500 milhões, revelou fonte oficial da Comissão Europeia, citada pelo “Diário de Notícias”.
Os prejuízos de uma empresa que construía estradas foram parar às contas do Estado. Por causa disso, o défice nacional pode passar a barreira dos 6% em vez de ficar nos 5,9% previstos.
Fonte do gabinete do comissário europeu Olli Rehn, líder dos Assuntos Económicos, diz que a situação financeira ruinosa de uma empresa detida pelo governo regional de Alberto João Jardim e a extinção de uma sociedade que promovia obras rodoviárias em regime de parcerias públicas privadas (PPP) são responsáveis por um agravamento do défice nacional equivalente a 0,3% do PIB.
O buraco nas contas da Madeira deixa em risco a meta orçamental para este ano, segundo o presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão. À Renascença, João Duque lembra que 500 milhões de euros "não são nada fáceis de compensar", sobretudo a quatro meses de terminar o ano.
O candidato do Partido Socialista às eleições regionais, de 9 de Outubro, diz que esta é mais uma situação de grande gravidade. Maximiano Martins considera o “buraco” orçamental põe em causa a "credibilidade externa" da Madeira.
“Ter-se descoberto, em poucos meses, cerca de 500 milhões de valores não reportados anteriormente é uma situação de enorme
Maximiano Martins diz que buraco põe em causa credibilidade da Madeira
gravidade”, sublinha.
Uma informação revelada no dia em que o ministro das Finanças explica as grandes linhas da política económica e orçamental a médio prazo. O Governo quer que o défice em 2015 seja de zero por cento à conta do aperto de cinto e contenção nos gastos. Mas a distribuição do esforço também está definida: um terço é pelo lado da receita e dois terços pelo lado da despesa.
O “Diário Económico” avança hoje que o Governo prepara-se para reduzir ainda mais o pessoal da função pública. O corte dos salários não chega e o Executivo pode aumentar a meta de redução dos funcionários públicos, de 1 para 2% por ano. Ou seja, vão ter de sair cerca de 10 mil, o dobro do previsto no memorando da ajuda externa.
fonte_:http://rr.sapo.pt/i